Você já observou como, às vezes, os eventos se sucedem, de forma misteriosa, onde uma coisa, pessoa ou fato, desencadeia outros, que provocam situações que por sua vez resultam exatamente no que estávamos precisando ou desejando?  E em outros momentos, por mais que façamos, e tentemos diversas estratégias, não conseguimos o que tanto planejamos?  

O que acontece ?  A sorte seria uma coisa assim tão aleatória e casual ?  Teríamos algum poder de ativar a boa sorte ou ela é um mero acaso ?

Pois saiba que a vida é mágica, como toda a natureza, e não lógica !  A lógica é apenas uma capacidade humana, que serve para muitas realizações fantásticas, mas não para compreender a vida.  A maioria das pessoas está habituada a organizar a sua vida a partir do pensamento lógico. No entanto, usar apenas este potencial da mente, para viver, é pouco, bem pouco. É limitar muito a visão e as possibilidades da existência. A mente lógica é objetiva, reta, inflexível, não alcança a amplitude da infinita criatividade universal. Muitas coisas são imprevisíveis através da lógica, mas não pela intuição. A boa sorte acontece, quando usamos a intuição, mesmo sem ter nenhuma consciência disto.  O desejo de fazer algo, nem sempre é o melhor momento para fazê-lo.  E muitas vezes, alguns sinais ao nosso redor, indicam que o momento não é propício e deveríamos aguardar um pouco. Não estou dizendo que devemos recuar ou desistir diante dos obstáculos, mas sermos mais sábios diante deles. Como as águas de um rio, que durante o seu percurso, da fonte ao oceano, contorna-os ou espera pacientemente, até que haja uma quantidade suficiente dela, que possa ultrapassá-los por cima e seguir o seu curso. Observe que sua espera não é estática, inativa, e sim uma ação de preenchimento, união, que possibilita a sobreposição do obstáculo, sem choques, suavemente. Esta analogia da água com o fluxo da vida, pode ser bastante sugestiva para a mudança de perspectiva em relação à forma como interagimos com o mundo. 

Olhe os eventos, com certo distanciamento e abertura, como se estivesse observando o horizonte do alto de uma colina. Retire um pouco o foco de seus interesses e aprenda a ampliar a visão. Permita-se “flutuar”, oxigenar o espírito, para só agir na hora de sua maior concentração de força e certeza.  Neste momento, você é maior que o obstáculo e o sobrepujará com tranquilidade e clareza, como a água.

                                                                                                  Sonia Medeiros Malabar